quarta-feira, 29 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer. Sofrendo, a ostra diz para si mesma: “preciso envolver essa areia pontuda que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire pontas…” ostras felizes não fazem pérolas… Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída… Por vezes a dor aparece como aquela coisa que tem o nome de curiosidade. Este livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi”
“Ostra Feliz Não faz Pérolas” de Rubens Alves .
sábado, 25 de abril de 2009
Do Mar
Esta areia tão clara com desenhos de andar
dedicados ao vento.
Aqui está minha voz,
esta concha vazia, sombra de som
curtindo seu próprio lamento
Aqui está minha dor,
este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança,
este mar solitário
que de um lado era amor e, de outro,
esquecimento".
sexta-feira, 24 de abril de 2009

Leia um livro. Leia um livro.Leia um livro. Leia um livro.Leia um livro.Leia um livro. Leia um livro. Leia um livro. Leia...
Das marés:

A mais ininteligível das existências não humanas.
E ali estava a mulher.
O mais ininteligível dos seres vivos.
Ela e o mar.
Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entrega-se ao outro: a entrega de dois mundos incognossíveis feita com a confiança com se entregariam duas compreensões.
Ela olhava o mar e era o que podia fazer.
Ele só era delimitado pela linha do horizonte, pela incapacidade humana de ver a curvatura da terra.
Porque ele é o mistério vivo que não se indaga. Ela hesita porque quer penetrar no mar. Seu corpo se consola diante da sua pequeneza
perto da imensidão do mar. Seu corpo que é quente e delimitado.
E é exatamente por isso que ele a torna pobre e livre, com sua parte de liberdade estática nessa pedra.
O corpo dela entrará no ilimitado frio que sem nenhuma raiva ruge no silencio das marés.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
PULSAR
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Frágil –
você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora.
Para que o protejam, para que sintam falta.
Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço.
Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável.
Bali, Madagascar, Sumatra.
Escreverá: penso em você.
Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse.
Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo.
Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.
Caio Fernando Abreuterça-feira, 21 de abril de 2009
Abracadabra
Quero uma cartola de mágico,
mas que funcione bem,
para enfiar nela meu coração delirante
e retirar uma engrenagem melhor.
Quero esconder na manga, na bolsa,
nessa cartola encantada,
minha alma falida, a asa quebrada,
tanta contradição.
Prefiro um objeto mais útil:
calculadora de emoção, maquininha de escrever,
relógio de sonho preso num lugar.
(Umas peças de metal enfiadas no peito:
só o essencial, para que a cara
não desabe de todo no chão.)
Bebo nessas fontes:Anais Nïn Artigo C. Drummond de A. Caio Fernando Abreu Cecília Meireles Charles Baudelaire Citações Clarice Lispector Datas Desabafos Especiais Fernando Pessoa Filmes/Seriados Friedrich Nietzsche Geraldine Brooks J. W. Goethe Jorge Luis Borges José Saramago Literárias Livro do Desassossego Livros Mário Quintana Música Milan Kundera Pearl S. Buck Poemas/Poesias Trecho de Livro Vinícius de Moraes Lia Luft Fernando Pessoa Camões
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Livros Favoritos:
- A Paixão Segundo G.H. - Clarice Lispector
- A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak
- Livro do Desassossego - Fernando Pessoa
- Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago
- Mar Absoluto, Retrato Natural - Cecília Meireles
- Um Aprendizado ou o Livro dos Prazeres-Clarice Lispector
- A bela e a fera-Clarice Lispector
- A Cor Púrpura - Alice Walker;
- O ovo apunhalado - Caio Fernando Abreu;
- Ostra Feliz não faz Pérola - Rubem Alves
- O Leitor - Bernhard Schlink;
- O menino do pijama listrado - John Boyne.
- Metamorfose - Franz Kafka.
- Crime e Castigo-Fiodor Dostoiewsky
- O Perfume- P. Suskind
- O Jardineiro Fiel- Jonh Le Carré
- O retrato de Dorian Gray-Oscar Wilde
respeite também.
Até eu fui obrigada a me respeitar“.
{ Clarice Lispector }
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Qual é a sua porta?
Se você encontrar uma porta à sua frente, você pode abri-la, ou não.
Se você abrir a porta, você pode , ou não , entrar em uma nova sala.
Para entrar, você vai ter que vencer a dúvida, o titubeio ou o medo.
Se você venceu, você dá um grande passo: nesta sala, vive-se.
Mas, tem um preço: são inúmeras outras portas que você descobre.
O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta.
A vida não é rigorosa: ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende.
Não existe a segurança do acerto eterno.
A vida é humildade: Se a vida já comprovou o que é ruim, para que repeti-lo?
A humildade dá a sabedoria de aprender e crescer também com os erros alheios.
A vida é generosa: A cada sala em que se vive, descobrem-se outras tantas portas.
A vida enriquece a quem se arrisca a abrir novas portas.
Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosidade oferece afortunadas portas.
Mas a vida pose ser também dura e severa: Não ultrapassando a porta, você terá sempre essa mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação.
É a monotonia monocromática perante o arco-íris.
É a estagnação da vida.
Para a vida, as portas não são obstáculos,
mas diferentes passagens...
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Ao Desconhecido, a Maria e a Mim...
Preciso dizer o que sinto desde a visita dos meus olhos nas palavras do seu texto numa manhã de quinta feira:
Sufocaste-me com teu amor, não consigo me disvencilhar das impressões que trazes de coisas que a maioria de nós ainda não sabe amar, da poesia de teu olhar e da precisão em dizer tudo o que eu gostaria dizer pra mim,
para você,
para quem vai lê-lo no futuro,
para meus filhos,
para meus pais,
para meus amigos,
para esses maravilhosos desconhecidos de nós mesmos que somos todos...
...Maria, tenho medo de você não existir, pois não conheço ninguém que habite no silencio!!!
Alguém que viva no outono me cheira a brisa,
a flor,
a pólen,
a uma sutileza da natureza das cores, quase irreal...
Sufocaste-me por dizer com tanta" maestria"que amar realmente é outra estória, e que amas tanto como a mim, que também vive exausta de tanto amar,
que amo também sozinha, na maioria das vezes... afinal, o que importa?
Amo teu" Desconhecido" por ter me feito através de você, saber um pouco de mim...
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Vou explicar de novo, talvez não me tenha feito entender.
Quero você pra mim, mas isso não lhe dá o direito de agir como quiser. Lembre-se: sentimentos pedem correspondência, e se não nutridos, na melhor das hipóteses, morrem. Não se engane: quando ligo e você não atende, quando falo e você não ouve, quando olho e seu olhar desvia, algo acontece: não há pedido de desculpas, ainda mais quando repetido à exaustão, capaz de curar todas as feridas; se quer curar todas, aja como quem quer curar todas.
Talvez eu veja agora o que já deveria ver desde o início: que nenhum amor deve ser maior que aquele por si mesmo, e que nisto nada há de narcisismo; apenas a constatação de que, em todas as instâncias, é apenas conosco que podemos ter a certeza de sempre estar, a todo dia, em todas as horas, e que da nossa companhia é impossível fugir; assim, da mesma forma, é impossível fugir das cobranças que nos fazemos. Talvez agora eu veja que o egoísmo não é somente introspecctivo, mas também se mostra quando o outro parece-nos mais importante do que aquilo que nos compõe. Talvez eu tenha visto que as noites de choro, o entorpecimento do vinho e os ouvidos amigos não são opção de destino para aquilo que pretendia lhe oferecer.
Talvez eu tenha visto que a quero pra mim, mas não a qualquer preço.
Coloco-me onde devia estar: como quem a vê, como quem a quer, mas como alguém que responde àquilo que recebe.
Minha espera, agora, é em movimento.
Renato Alt in Outono
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Debaixo da pele, da carne, dos ossos, o nome dele rompe as veias.
E ele não vem.
E ele tem que vir.
E ela quer, mas não pode, não grita, não vai.
domingo, 12 de abril de 2009
Meu Deus, me dê a coragem
Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.
Clarice Lispector
sábado, 11 de abril de 2009
EU ANDO PELO MUNDO PRESTANDO ATENÇÃO
EM CORES QUE EU NÃO SEI O NOME
CORES DE ALMODÓVAR
CORES DE FRIDA KAHLO, CORES
PASSEIO PELO ESCURO
EU PRESTO MUITA ATENÇÃO NO QUE MEU IRMÃO OUVE
E COMO UMA SEGUNDA PELE, UM CALO, UMA CASCA,
UMA CÁPSULA PROTETORA
EU QUERO CHEGAR ANTES
PRA SINALIZAR O ESTAR DE CADA COISA
FILTRAR SEUS GRAUS
EU ANDO PELO MUNDO DIVERTINDO GENTE
CHORANDO AO TELEFONE
E VENDO DOER A FOME NOS MENINOS QUE TÊM FOME
PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA
(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
REMOTO CONTROLE
EU ANDO PELO MUNDO
E OS AUTOMÓVEIS CORREM PARA QUÊ?
AS CRIANÇAS CORREM PARA ONDE?
TRANSITO ENTRE DOIS LADOS DE UM LADO
EU GOSTO DE OPOSTOS
EXPONHO O MEU MODO, ME MOSTRO
EU CANTO PRA QUEM?
PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA
(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
REMOTO CONTROLE
EU ANDO PELO MUNDO E MEUS AMIGOS, CADÊ?
MINHA ALEGRIA, MEU CANSAÇO?
MEU AMOR CADÊ VOCÊ?
EU ACORDEI
NÃO TEM NINGUÉM AO LADO
Adriana calcanhoto
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira,mas queimam, queimam, queimam, como fabulosas velas amarelas romanas explodindo como aranhas através das estrelas
Jack Kerouacquinta-feira, 9 de abril de 2009
Perdas e Ganhos
Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Homenagem a Lígia Clark
Você é um ser.
Existe na medida do mundo.
É pouco.
O mundo é a constatação da realidade exterior que te cerca.
É a tua medida inicial.
É o teu começo mas não o teu fim.
É o chão da tua expressividade pois você é um ser vertical.
Para cima do chão há o "invisível".
Você pode olhar os seus pés mas não a sua própria imagem.
Esta você a percebe.
Na verticalidade está a medida da sua procura.
Quando você aceitar a simples constatação da vida, aí sim, será o seu começo.
O primeiro senitmento será de perda pois tudo que cai na constatação é vivido como ganho.
Tudo adquirido como perda até a integração absoluta do "o percebido" no seu interior.
É a própria dinâmica da vida: perde-ganha.
Quando você se sentir no mais absoluto desespero você está sendo salvo.
Solte e aceite a tua intuição que te levará a uma aparente solução - solução esta sempre provisória.
A vida pode vir a ser uma realidade extraordinária desde que você esteja voltado para sua procura interior.
Não há realidade independente do o "interior de si".
Desconfie das coisas claras, a pureza é descoberta dentro da maior conturbação de uma crise. É o ponto luminoso dentro da maior escuridão.
O teu corpo meu filho, é o veículo da tua vivência.
Não o impeça de florir por nada. Cuide dele como você cuida do teu carro.
Toda tua riqueza interior vai suá-lo, sujá-lo, e até sangrá-lo.
Quando ele estiver gasto externamente você mesmo estará mais inteiriço e completo interiormente.
Você o despirá um dia como a crisálida deixa o casulo.
Ai de você se neste momento você é ainda o início não elaborado pois aí você vai saber que esteve permanentemente morto em vida."
domingo, 5 de abril de 2009
Coração Vagabundo
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Para Flávia
L Luft