
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém o quanto isso me alegra,
E o quanto isso me basta"
palavras de um livro sem final
Passamos pelas coisas sem as ver, gastos, como animais envelhecidos:se alguém chama por nós não respondemos, se alguém nos pede amor não estremecemos, como frutos de sombra sem sabor, vamos caindo ao chão, quase apodrecidos...
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Um gosto de vinho na boca e um coração apertado pelas batidas que não consegue controlar.
Não lembro exatamente quanto tempo passei adormecida, imersa em sentimentos tão profundos, que nem eu era capaz de alcançá-los. Corro desesperadamente das lembranças que trazem teu cheiro. Do teu toque que me cala a alma e dos teus beijos que me roubam as palavras - ficaram os sonhos a me embalar na noite em espera. E se minto tão descaradamente aos teus olhos, é para que não percebas que eu me perdi na nossa própria e inocente brincadeira. Não quero que leia nos meus olhos o reflexo do nosso maior erro: o de atravessar a pequena linha que nos separava.
Quero que continues em mim não somente como a fé nos desesperados, mas como a descrença nos que em nada acreditam e nada esperam.
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Desejo que um dia me perdoes, mas não posso calar isso que rasga e atravessa o meu peito.
Vivo em escuridão da alma, e o coração pulsando sôfrego pelas futuras batidas que não podem parar.
Clarice Lispector
"O mundo é
portátil
Pra quem não tem nada a
esconder
Olha minha
cara
É só mistério, não tem
segredo
Vem cá, não tenha
medo
A água é
potável
Daqui você pode
beber
Só não se perca ao
entrar
No meu infinito
particular..."