
Os olhos escondem segredos,
Os ouvidos sempre atentos,
A boca revela poucas palavras,
As perguntas ocupam os silêncios.
Espero o momento em que falaremos dela.
Sobre os medos, os sonhos, os desejos.
A noite, no escuro do quarto iluminado por velas,
Posso ouvir de longe , as conversas com o vento,
As rezas com os santos,
E o arrastar dos pés descalços.
Na luz do dia, ela observa , escuta ... Se cala.
As velas continuam acesas diante do sol.
A casa florida e seu olhar inesquecivel.
Nas conversas em sigilo, sou eu que falo dos meus conflitos,
Da última vez , quase consegui ler seus pensamentos.
Sua fé rege o caminho.
Ela é a guia.
Enxerga os dias que nos esperam, sem medo, sem dúvida.
E eu a observo, com plena admiração.
Com desesperada e agonizante devoção.