sábado, 4 de julho de 2009

“Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos”.

* Lya Luft *

3 comentários:

  1. M A R A V I L H O S O ! !
    Como sempre sensata! Te Admiro...

    "Gosto de fechar os olhos
    Fugir do tempo
    De me perder
    Posso até perder a hora
    Mas sei que já passou das seis

    Sei que não há no mundo
    Quem possa te dizer
    Que não é tua
    A lua que eu te dei"

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  2. Gosto de fechar os olhos
    Fugir do tempo, me perder

    Posso falar da tarde que cai, e qua aos poucos deixa ver...
    ...no céu a lua que te dei!!!
    LINDO!!!

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  3. Sentamos juntos, a floresta e eu.
    Fundimo-nos no silencio, até que só houvesse a floresta.
    Bj Andréa.

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