quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

De metamorfoses




..."Todo conflito é um estado, e todo estado ;e um tempo nescessário de se fazer algo, e em alguns momentos de não se fazer nada, exatamente nada de algo.
Porque por vezes, é preciso parar. Parar de pensar, parar de mover, parar de ter de ser e também parar de morrer. Faz parte da vida o repouso; faz parte da força o descanso; faz parte do tempo o acordo; da doença, o consentimento; faz parte do dia a tarde e as suas seis horas.
O entremeio da tarde e da noite. Quando o vento cessa seu sopro, os bichos procuram suas moradas e outros trocam de turno.

Porém, nesses sessenta segundos de entremeio, a vida suspende-se por um fio.
Cessa a sua própria respiração. E um quê de aflito perpassa a alma humana, que retorce e se paralisa em suas entranhas.

Assim são os momentos das grandes mudanças de estados atmosféricos, psiquicos e sentimentais. Por um segundo pára-se um ciclo e se começa outro.
É assim que entram nos homens as transformações e as suas diferenças.
Por um paralisar de engrenagens, mudam-se os rumos e faz-se um

tempo novo, orvalhado.
Pisa-se num outro quadrado e se redesenha-se toda uma vida..."







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4 comentários:

  1. Madrigal Melancólica
    O que eu adoro em ti
    Não é sua beleza
    A beleza é em nós que existe
    A beleza é um conceito
    E a beleza é triste
    Não é triste em si
    Mas pelo que há nela
    De fragilidade e incerteza

    O que eu adoro em ti
    Não é a tua inteligência
    Mas é o espírito sutil
    Tão ágil e tão luminoso
    Ave solta no céu matinal da montanha
    Nem é tua ciência
    Do coração dos homens e das coisas

    O que eu adoro em ti
    Não é a tua graça musical
    Sucessiva e renovada a cada momento
    Graça aérea como teu próprio momento
    Graça que perturba e que satisfaz

    O que eu adoro em ti
    Não é a mãe que já perdi
    E nem meu pai
    O que eu adoro em tua natureza
    Não é o profundo instinto matinal
    Em teu flanco aberto como uma ferida
    Nem a tua pureza. Nem a tua impureza
    O que adoro em ti lastima-me e consola-me
    O que eu adoro em ti é A VIDA !!!

    Manoel Bandeira

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  2. Belo texto, do ponto de vista filosófico...

    L.B.

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  3. É isso, é exatamente isso. Eis o que eu procurava, eis o que sinto, eis o que vivo neste exato momento! Obrigada, sim?!

    Minha querida, ando com saudades suas. Estás bem? Espero que esteja vivendo dias felizes.

    Meu beijo

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  4. Quando compreendemos a necessidade dessa parada, dessa suspensão, compreendemos mais de nós e de tudo que nos rodeia...
    Linda reflexão, texto lindo,no ponto!
    Adorei.
    Abraços.

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