quarta-feira, 10 de junho de 2009

Das vontades








"C
arrego comigo essa vontade desde menina, deitada às margens dos rios, olhando suas águas descerem lentamente em direção ao mar.
Meu pai sabia que meu olhar perdido logo atiçaria minhas vontades.
Ele sempre dizia que as mulheres eram feito o mar: ‘Mudam conforme a lua e o vento é capaz de transformá-las’.
E assim eu era, como as águas das chuvas que desciam pela vidraça de minha casa, assim como as enxurradas que passavam em frente ao meu portão e se encaminhavam para o rio e logo em seguida o mar.
Por isso a minha vontade, ainda menina, era ser chuva."

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